17 de mar. de 2015

Reconhecimento ou Realização?


“Eu sou como uma nota de dois reais. Se alguém que me possui achar que eu não sou útil em nada, ela poderá pensar em várias maneiras de se livrar de mim. Uma dessas maneiras seria me jogando fora. Mesmo se essa pessoa me achar tão desinteressante a esse ponto, ela pode jogar fora, me amassar, me pisar e me deixar para trás. Mas uma hora chegará alguém que precisará de mim e me pegará para si. Então saberá me dar o real valor a que mereço.” Essas palavras foram ditas por um conhecido enquanto filosofava metaforicamente sobre sua vida amorosa que acabara de passar por uma reviravolta.
            Dores de cotovelo à parte, eu quero chamar atenção para esta metáfora voltada para sua vida profissional. Fiquei consideravelmente irritada com uma página de tentativa de engatar um emprego que se frustrou antes mesmo que eu tivesse a chance de mostrar do que sou capaz. Passei dias chateada com isso e com uma opinião inflexível sobre tal fato. Ao esfriar a cabeça resolvi seguir um conselho que eu mesma costumo dar: “Tenha foco nas soluções e não nos problemas.”
 Resolvi olhar com outros olhos.
Se você – assim como eu – tem dificuldades por seu trabalho e seus esforços não serem reconhecidos, reflita um pouco sobre esta frase a seguir antes de continuar a ler.
Já cogitou a possibilidade de que o valor do seu trabalho pode não ter nada a ver com dinheiro?
            Não me entenda errado, não estou falando sobre ignorar piamente as críticas recebidas durante algum processo de construção ou aprendizado, assim como não ter a necessidade de ser recompensado financeiramente por suas conquistas. Muito menos estou te dando uma receita de como receber elogios ou aumentar seu salário. São bons para a auto-estima? Claro! Mas nem todos os elogios são saudáveis.  Arrisco-me a dizer que alguns até são prejudiciais.
            Esse tipo de distinção do que nos acrescenta ou não deve ser instruído desde a formação de nossa personalidade. Qualquer um que acompanhe diariamente o crescimento de uma criança sabe sobre a extrema importância do que é dito em relação as suas capacidades. Não é o caso de exclamar sempre um sonoro: “Que lindo! Parabéns!”. Pois, venhamos e convenhamos, consagrações desse tipo tornam-se vazias ao longo do tempo.  Tenhamos como base um exemplo de duas crianças de famílias distintas: Uma que é elogiada por ser boa em algo e outra que é elogiada por ter conseguido chegar aonde chegou. Quem terá mais garra para enfrentar seus próprios desafios? Ao usar a lógica seria mais viável que esse resultado venha da criança que ouviu: “Você deve ter trabalhado duro nisso. Parabéns!”. Pois essa foi reconhecida por sair de sua zona de conforto. O que é, diga-se de passagem, algo um tanto quanto complicado a se fazer. Mas atenção: A valorização de seu esforço deve ser valorizada, mas não deixe que isso baste. Consiga resultados com ele. Resultados pessoais que te darão prazer em olhar para trás e perceber tudo o que você alcançou com seu próprio esforço. Não se torne dependente de que suas ações sejam enaltecidas para que você se sinta bem. Acredite em si mesmo. Você pode. Persista!
Se ninguém mais quis aquela velha nota de dois reais, amassada e suja pode ser frustrante, mas não é o fim do mundo, pois erros e acertos inevitáveis no caminho do crescimento. Então aguente firme e encare como um recomeço.

Dica de música:

·         Tente Outra Vez – Raul Seixas.
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