“Eu sou como uma nota de dois reais. Se alguém que me
possui achar que eu não sou útil em nada, ela poderá pensar em várias maneiras
de se livrar de mim. Uma dessas maneiras seria me jogando fora. Mesmo se essa
pessoa me achar tão desinteressante a esse ponto, ela pode jogar fora, me
amassar, me pisar e me deixar para trás. Mas uma hora chegará alguém que
precisará de mim e me pegará para si. Então saberá me dar o real valor a que
mereço.” Essas palavras foram ditas por um conhecido enquanto filosofava
metaforicamente sobre sua vida amorosa que acabara de passar por uma
reviravolta.
Dores de cotovelo à parte, eu quero
chamar atenção para esta metáfora voltada para sua vida profissional. Fiquei
consideravelmente irritada com uma página de tentativa de engatar um emprego que
se frustrou antes mesmo que eu tivesse a chance de mostrar do que sou capaz. Passei
dias chateada com isso e com uma opinião inflexível sobre tal fato. Ao esfriar
a cabeça resolvi seguir um conselho que eu mesma costumo dar: “Tenha foco nas
soluções e não nos problemas.”
Resolvi olhar com
outros olhos.
Se você – assim como eu – tem dificuldades por seu
trabalho e seus esforços não serem reconhecidos, reflita um pouco sobre esta
frase a seguir antes de continuar a ler.
Já cogitou a
possibilidade de que o valor do seu trabalho pode não ter nada a ver com
dinheiro?
Não me entenda errado, não estou
falando sobre ignorar piamente as críticas recebidas durante algum processo de
construção ou aprendizado, assim como não ter a necessidade de ser recompensado
financeiramente por suas conquistas. Muito menos estou te dando uma receita de
como receber elogios ou aumentar seu salário. São bons para a auto-estima?
Claro! Mas nem todos os elogios são saudáveis. Arrisco-me a dizer que alguns até são
prejudiciais.
Esse tipo de distinção do que nos
acrescenta ou não deve ser instruído desde a formação de nossa personalidade. Qualquer
um que acompanhe diariamente o crescimento de uma criança sabe sobre a extrema
importância do que é dito em relação as suas capacidades. Não é o caso de
exclamar sempre um sonoro: “Que lindo! Parabéns!”. Pois, venhamos e
convenhamos, consagrações desse tipo tornam-se vazias ao longo do tempo. Tenhamos como base um exemplo de duas
crianças de famílias distintas: Uma que é elogiada por ser boa em algo e outra
que é elogiada por ter conseguido chegar aonde chegou. Quem terá mais garra
para enfrentar seus próprios desafios? Ao usar a lógica seria mais viável que
esse resultado venha da criança que ouviu: “Você deve ter trabalhado duro
nisso. Parabéns!”. Pois essa foi reconhecida por sair de sua zona de conforto.
O que é, diga-se de passagem, algo um tanto quanto complicado a se fazer. Mas
atenção:
A valorização de seu esforço deve ser valorizada, mas não deixe que isso baste.
Consiga resultados com ele. Resultados pessoais que te darão prazer em olhar
para trás e perceber tudo o que você alcançou com seu próprio esforço. Não se torne dependente de que suas ações sejam enaltecidas
para que você se sinta bem. Acredite em si mesmo. Você pode. Persista!
Se ninguém mais quis aquela velha nota de dois reais,
amassada e suja pode ser frustrante, mas não é o fim do mundo, pois erros e
acertos inevitáveis no caminho do crescimento. Então aguente firme e encare
como um recomeço.
Dica de música:
·
Tente Outra Vez –
Raul Seixas.